sábado, 18 de abril de 2009

Pedaço meu




Há uma parte que me falta
Que não entendo o que seria
Me concentro em meus pensamentos
E neste sentimento
Que em tempos resurge
Para me atormentar

O que serias tu, sentimento insano?
Que me aflige,
Maneira tal
Que nem posso compreendê-lo?

Uma parte de mim
Que se foi... ou que se perdeu?
Pedaço de minh'alma desvairada
Perdida na imensidão do céu?

Onde estarias tu, pedaço meu?
Volta que me fazes falta!
Volta e me traz o que é meu!

Rose Passos

sábado, 11 de abril de 2009

Faces



"Quem foi que te ensinou a rezar?

Que santo vai brigar por você?
Que povo aprova o que você fez?
Não há porque chorar pelo que já morreu,
Deixa pra lá, eu vou, adeus.
Meu coração já se cansou de falsidade."
(Marcelo Camelo)




Faces


Não me diga como sou nem como posso ser
Não ponha palavras em minha boca
Muito menos queira jugar o que já fiz ou poderia fazer
Você não sabe meus motivos.
Você não me conhece!

Não tente ser o correto
Não queira aparecer
Não será desta maneira que conquistarás teu mundo
Não estou tentando roubá-lo
Tenho mais o que fazer

Não se iluda
A colheita está sendo apenas espelho do que você plantou
O passado há muito enterrado
Não poderá salvar o que já se perdeu

Não queira me jugar
Você não me conhece!

Não queira me culpar
Você não me conhece!

Você não sabe quem sou
Você não sabe de nada!

Rose Passos

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Janela e ônibus


Acordo, penso, sonho, me lembro... tantas coisas acontecem em nossa vida. Somos levados a conhecer outros caminhos... outros rumos... coisas novas... pessoas novas... Vivemos tanta coisa no período de um ano que tudo passa demasiadamente depressa, antes mesmo de percebermos que já passou... que já não é mais... Mudamos intensamente durante tal passagem... sem ao menos nos darmos conta disso. Atribue-se a nossa essência o conteúdo daquilo que tiramos proveito, daquilo que passamos ou enfim... deixamos de passar. Aos poucos vamos desenterrando aquele tesouro desconhecido e obscuro que existe na imensidão do nosso universo interior. E nos surpreendemos enfim. Tantas pessoas entram e saem de nossas vidas com tamanha freqüência, que nos acostumamos a perdê-las, antes mesmo que elas nos deixem de fato. Algumas deixam lembranças alegres, afetuosas, simples... como aquela noite magnífica de luar. Outras nos invade tão bruscamente, a qual furacão em alto mar. E na maioria das vezes quando estamos distraídos, dispersos. Viramos presa fácil e no que vai dar? Melhor nem comentar. Na vida somos todos peças do xadrez do infinito, guiados por trilhas desconhecidas, e são nossas escolhas que determinarão se encontramos a vitória ou a perdição.

















Faz parte do meu show

Ontem reprisaram o filme O tempo não pára, e eu tive a certeza que não poderia deixar de fazer uma singela homenagem a esse grande poeta da música brasileira. Incrível o que ele era o que ele escrevia. Pena que os melhores nos deixem tão depressa... talvez seja porque nós que estamos atrasados demais diante de tanta grandeza. Ele de fato estava muito além de seu tempo.

"Vida louca vida... vida breve ... já que eu não posso te levar... quero que você me leve... "

E ele de certo ... foi brilhar ainda mais além do que ele poderia imaginar!

Pra sempre Cazuza




Te pego na escola e encho a tua bola com todo o meu amor
Te levo pra festa e testo o teu sexo com ar de professor
Faço promessas malucas tão curtas quanto um sonho bom
Se eu te escondo a verdade, baby, é pra te proteger da solidão

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Confundo as tuas coxas com as de outras moças
Te mostro toda a dor
Te faço um filho
Te dou outra vida pra te mostrar quem sou
Vago na lua deserta das pedras do Arpoador
Digo 'alô' ao inimigo
Encontro um abrigo no peito do meu traidor

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Invento desculpas, provoco uma briga, digo que não estou
Vivo num 'clip' sem nexo
Um pierrot retrocesso
meio bossa nova e 'rock'n roll'

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Meu amor, meu amor, meu amor...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

*** Incógnita ***




Na imprudência de teus gestos
E na filosofia barata de tuas palavras
Me entrego a viagem surreal de meus desejos
Onde me encontro e me perco
Onde me lembro e esqueço
Dos meus sonhos mais perfeitos
E dos dias em que foste meu
Quero mas não posso
Querer-te em demasia
Pois sei que em meio à fantasia
Há um poço de incerteza
Onde a dúvida e a minha pureza
Reinam no universo das maravilhas suspeitas de teu perigoso ser
Estabeleço, no entanto, por segurança,
O afastamento e a distância
Para não mais me render a teus encantos
E não mais me permitir seduzir por meus anseios insanos
Que me seduzem e afogam no mar sublime e vicioso
De teus braços e de teus beijos
Serva eterna de meu enigmático coração
Presa, enfim, ao dom mágico e inevitável de amar você.

Rose Passos