terça-feira, 31 de março de 2009

*** Tempo ***




Quatro dias... 96 horas....
Uma eternidade imensurável
Numa caixeta vitral com ponteiros
Ponteiros estagnados!
O tempo parece não querer passar
A chuva cai em câmera lenta
A temperatura baixa continuamente
Os pássaros desistiram de cantar.
Passaram-se apenas 5 minutos
Talvez os mais longos de minha vida jovem, porém intensa.
Os segundos parecem multiplicar-se
Como vírus ao ataque de células
Minha canção não toca
No meu rádio velho e falido
Até a fome foi embora
Enfraquecida pelo tempo
Que insisti bravamente em não querer passar.
Em minha mente pensamentos soltos, inquietantes
Tentando entender certas almas enigmáticas
O som do trovão traduz minha alma entediada!
Riscam no céu as primeiras manchas do escurecer
Sombras de esperanças dão sinal
Mas o tempo continua lento
Calmo como um ansião.
Minha mente começa a trabalhar freneticamente
Os pensamentos começam a ficar perigosos demais
Preciso me concentrar!
A noite se fez completa
Mas minha ansiedade não cessa!
O que desejo não poderei ter nesse exato momento.
Sou refém do tempo.
A noite alta dá margem ao sono
Menos um dia
Muitas horas ainda
Mas o tempo, guerreiro,
Cruel e traiçoeiro,
Insisti incansavelmente
Em não querer passar.

Rose Passos

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Adorei teu texto.
    Passarei mais vezes.

    BjO.

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  3. Muito Show!! Ficou legal a maneira como vc retratou o seu sentimento. Massa msm d+.

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  4. Caramba, utiliza as palavras de uma maneira... Parece que as vezes consigo me ver dentro dos seus poemas... Adorei!!!
    Aline (Mel)

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